quarta-feira, 14 de abril de 2010

Empresas transformam Copa 2010 em laboratório de marketing

Para eles, 2014 já começou
De olho na Copa do Mundo no Brasil, empresas como Coca-Cola, AmBev e McDonald's transformaram o campeonato que será realizado na África do Sul num laboratório de marketing

Marcelo CorreaLuciana Feres (à frente) e a equipe da Coca-Cola: campeonato de reciclagem para envolver a população
Nas últimas semanas, os alunos da escola Diep Sloot Combined, na periferia de Johannesburgo, maior cidade da África do Sul, vêm encarando uma dupla jornada de "trabalho". Quando não estão em aula, passam o dia percorrendo ruas de terra batida em diversos bairros para coletar latinhas e garrafas PET para reciclagem. A mesma rotina se repete em outras 199 escolas públicas do país, que a partir de junho vai sediar a Copa do Mundo de futebol, o maior evento esportivo do planeta em audiência - na última edição, em 2006, 2,8 bilhões de pessoas assistiram a pelo menos um jogo. A motivação da garotada, ao contrário do que geralmente acontece em regiões empobrecidas, não é econômica. É esportiva. Eles participam de uma promoção criada pela Coca-Cola que vai distribuir 20 000 ingressos para as partidas às escolas mais bem colocadas nesse inédito concurso nacional de reaproveitamento de embalagens. O andamento da promoção vem sendo acompanhado de perto não apenas pelos sul-africanos mas também por um grupo de seis executivos da subsidiária brasileira da Coca-Cola, responsáveis por áreas que vão do marketing às finanças. Na última quinzena de março, eles estiveram em Johannesburgo para visitar estádios, bares e restaurantes e conversar com os organizadores da promoção. Outra equipe já tem viagem marcada para o período da Copa. "A África do Sul está servindo como um grande laboratório para a Coca-Cola no Brasil", diz Luciana Feres, diretora de marketing da unidade brasileira da empresa. "Estamos avaliando uma série de ideias que podem funcionar por aqui em 2014." Embora a Copa no Brasil só comece oficialmente daqui a quatro anos, a empresa já designou Michel Davidovich, atual diretorgeral da Matte Leão, para dirigir uma equipe que deve chegar a 200 pessoas dedicadas a trabalhar com o torneio

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