sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A favor dos meios tradicionais


Até 2008, o jornal era um artigo que passava longe das mãos da doméstica Clébia Borges, 32. Sua predileção em mídias pendia para o rádio, que ainda hoje gosta de escutar. No entanto, o baixo preço do jornal "Super Notícia", da Sempre Editora, aliado às promoções existentes no veículos, despertaram em Clébia o hábito da leitura. "Depois virou aquela mania. Não só eu, mas todo mundo do bairro acostumou a ler o jornal. Atualmente, leio praticamente tudo: esporte, novelas, notícias do meu bairro. Só política que não gosto".
Assim como Clébia, 51% dos belo-horizontinos afirmam ler jornal, média bem superior à porcentagem nacional, de 36%. Tais dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Ibope Mídia entre fevereiro de 2009 e janeiro deste ano e publicada nesta semana.
"No que se refere ao meio jornal, esse crescimento no índice de leitura na cidade começa em 2006, com o lançamento dos jornais populares, cujo preço é mais baixo que os tradicionais", afirma Giovana Alcântara, gerente regional do Ibope Mídia Minas Gerais, referindo-se ao ano em que o "Super Notícia" passou a custar R$ 0,25 e teve a primeira explosão de vendas: sua tiragem média subiu de 50 mil para 160 mil exemplares por dia, tornando-se o jornal mais vendido do Estado (atualmente oscila com a "Folha de S.Paulo" o topo do ranking nacional, com média de 300 mil exemplares/dia). "Num histórico das nossas pesquisas, você tem hoje praticamente o dobro de leitura de jornal nas classes C, D e E no período", diz Giovana.
Na média nacional, ela afirma que Belo Horizonte é a terceira capital que mais lê jornal, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. "Todos esses lugares possuem jornais populares, o que reforça a relação citada antes".
Já quanto aos números que mostram uma média superior no consumo de rádio e inferior no de Internet, a gerente credita tal índice ao perfil conservador do mineiro. "O belo-horizontino tem menos confiança na Internet que a média nacional. E esse dado está ligado à forca de mídias mais tradicionais na capital, como o rádio e o jornal".

Quem endossa a afirmativa é o empresário Silvio Nazaré, 63. Embora utilize a Internet para trabalhar e se informar, ainda considera o jornal impresso sua principal referência de notícia. "Na Internet, preciso conhecer bem a fonte para confiar. Gosto de me informar também pela TV, mas o jornal impresso é o que procuro primeiro", diz.
Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=149058,OTE

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