quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mudanças nos jornais da cidade ampliaram leitura

O fato do belo-horizontino ler mais jornal e ouvir mais rádio que o restante do país encontra diversas explicações e suposições entre especialistas da área midiática. Para a jornalista Flávia Miranda que escreveu uma dissertação de mestrado sobre as estratégias usadas por jornais populares da cidade para dialogar com o leitor , algumas características desses periódicos estariam relacionadas ao alto índice de leitura na capital verificado na pesquisa do Ibope.
O preço, o formato e a dinâmica de construção das notícias colaboram para explicar por que os jornais populares vendem bastante em Minas. Antes de 2002, quando o Super Notícia foi lançado, o mercado mineiro não contava com um jornal de preço tão baixo quanto o que foi praticado. O formato tabloide também ajudou, visto que poderia ser transportado mais facilmente, afirma Flávia.
E o conteúdo, mais ´enxuto´ em comparação ao standard, ganhou narrativas que se aproximavam dos públicos para os quais são direcionados (classes C, D e E), por abordar temas que compõem o mundo dessas pessoas como problemas no bairro, prestação de serviços, matérias sobre emprego e educação, esportes, celebridades televisivas o que elas não viam em jornais de referência, completa a jornalista, acrescentando ainda a ampliação de pontos de venda e a existência das promoções como outros fatores de aumento no consumo de jornal. Já em relação à escuta de rádio cujo percentual belo-horizontino chega a 82%, contra 77% do nacional , os motivos estariam vinculados tanto à portabilidade do meio quanto ao crescimento do trânsito na cidade.
Embora se trate de uma suposição, já que não possuo dados concretos para embasar a afirmativa, acredito que o fato de passarmos mais tempo no trânsito pode estar ligado a esse índice, já que é um dos lugares onde a gente mais ouve rádio. Eu, por exemplo, passo uma hora no trânsito, e gasto esse tempo ouvindo notícias, comenta Carmem Borges, professora do curso de comunicação Integrada da PUC Minas.
Já para o metalúrgico aposentado Pedro Francisco da Silva, 73, ainda que a TV e o jornal estejam no rol de suas fontes de comunicação, é o rádio que possui maior valor afetivo. O rádio é o veículo mais importante porque, desde os tempos de criança, ele me acompanha, já que morava num lugar sem jornal, nem TV.
Fonte: http://tinyurl.com/37dw9wm

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